Engole
Põe tudo num copo,
Todas as tuas convicções;
Engole tudo logo:
Mais um prólogo de invenções.
Engole tua pose,
Tua postura, teu remédio,
Teu bravejo como se fosse
O esboço do teu tédio.
A mágoa, o amor, o pranto,
A orgia dos lábios também;
Tua tortura de querer tanto
Findar o meu amém.
Prende as tuas garras,
Morde teu infame lábio,
Sangra as tuas amarras
E malogra o nosso adágio.
Engole, mastiga;
Engole implicitamente;
Dilacera e instiga;
Engole-te imediatamente!