APELEI AO INSTINTO
 
Apelei ao Instinto
E ele disse que sim,
Mas veio outro Instinto
E disse que não,
E um outro e disse que sim,
E seguiu-se toda uma coorte
Contraditória de sim e de não.
Apelei à Razão
E ela disse que não,
Mas veio outra Razão
E disse que sim, e outra, que não;
Depois toda uma plêiade delas,
Gritantes e confusas,
Sem qualquer deslinde.
Apelei a Deus
E esse disse que sim,
Mas veio outro Deus,
Igualmente razoável,
Natural, justo e bom,
E disse-me que não.
Aí eu fiquei assim.