POESIAS DO DIA E DA NOITE
BALANÇO
Barranco que não cai
Caiçara mete medo,
Mas medo também tem.
Idem com vintém.
Quem tem, tem.
Quem não tem,
tambem vive sem.
Sentido vem com lógica.
Mesmo se com a caquética
da Patológica
De patologia zen
Para ninguém
Dizer que mal tem.
Se encante com o bem.
Primazia sem letargia.
Não ofereça ao outro
o que não guardas para ti.
Parasita vive mendigando
o que não soube proteger.
CÂNTARO
Som de longe,
Milenar e eterno.
Vem dos poços,
Dos recônditos recantos.
Do cantar cantigas
Que não são de ninar.
Mas mimam
Quem cedo levanta
E vai para o rio se banhar.
Alegria infantil
De quem na piscina
Não sente se não for criança
Rio é encanto.
É corrente que não prende.
Piscina é cisma
Que na vaidade acorrenta.
CORRENTE
Arrasta trilho,
Trilhando no trinado
Do apito do trem.
Que não sai do traçado
Quando em mão treinada.
Vai tocando de condado
em condado
cantando no compasso.
Do sertão ao cerrado
nas cercanias da água.
Água que não chega pro calejado
Que a pé vê o cenário.
Que só em filme é engraçado.
FURIA
É a noite que no brilho
Refletido só engana
Levando pra ilusão.
Tudo fictício
Para quem foge do dia
Onde encontra a vida
Que insiste manter escondida.
Não vê a hora da claridade se ir
Para no escuro da noite voltar a sair.
Voltar a se sentir
Como se do mundo fizesse parte.
Insanidade
Onde só os vícios são servidos
Em bandejas de acrílico.
No mundo lírico,
Das balas
Que não são de festim.
CLARIDADE
É a vida verdadeira
Que começa no porvir.
Alegria aquecendo o coração
Que na luz se revigora.
Deixa para trás
soturnos meandros
Que na noite se aprazia.
Refugios da mentira,
não querendo se mostrar
Sente que não é bonito
O que na alma fez nascente.
Em tempos que não foram bons.
Nem trouxeram presságios atenuantes,
Nenhum que fosse,
Que trouxessem um pouco de alento.
'A felicidade provém do íntimo, daquilo que o Ser humano sente dentro de sí mesmo' Roselis V. Sass - graal.org.br