BIG BANG

ESCREVER UMA DOR

E DISSECÁ-LA.

VÍSCERAS,VÍSCERAS.

SENTIR O TODO-

IMPOTÊNCIA.

DILACERA O TEMPO

E ME OPRIME.

AS HORAS VAGUEIAM.

MALDITAS OPERÁRIAS,

POR QUE PROTESTAM?

ALGUM DEUS INSANO

ME FAZ ETERNO.

O POETA AINDA ESTÁ AQUI

COM SEU AQUÁRIO DE CRISTAL

E UM PEIXINHO DOURADO,

FRÁGIL

E DISPENDIOSAMENTE ENCANTADOR.

TENHO SEDE,

OS LÁBIOS COLAM.

TODOS ME QUEREM BÁRBARO,

MAS SOU UM CÉSAR.

PRECISO FICAR ESTÁTICO

E DEIXÁ-LO PARTIR.

NÃO ME É DIFÍCIL SER MÁRMORE.

COMEÇO A OUVIR OS OUTROS-

INVASORES.

ABRO O MEU COFRE.

LÁ FORA UM EXÉRCITO:

SIRENES,RISOS QUE MENTEM.

UM LATIM VULGAR,

LATIDOS.

AS IMAGENS ESTUPRAM.

POSSO VER O MUNDO

E NADA.

TUDO SE UNE A MIM AGORA:

ELE E ELES-JUNTOS.

AS BOMBAS SURGEM,

SOLÍCITAS.

OUTRO FIM

E UM COMEÇO.

pedro amaro
Enviado por pedro amaro em 18/05/2006
Código do texto: T158191