FOGUEIRA DE POESIA
Meus textos estão esticados
São listras virtuais sem sentido
Parecem mais as riscas de um vestido
Meus textos estão na rede
Não querem mais o papel
Lá vão meus textos pelo mundo virtual
Esse universo coisa -e -tal
Pobres palavras sofridas
Perderam todo o significado
As metáforas destruídas
As hipérboles irreconhecíveis
Meus textos moram no ar
Perdidos entre as nuvens e o luar
Meus textos agora vivem no cyber-espiritual
São fantasmas literários
Esperando a absolvição dos pecados
No dia do juízo final
Meus versos entediados
Chega o senhor da poesia e com sua voz estrondosa
Entre raios e trovões
Vai lendo cada sentença
Versos pobres, parecem prosa
Rima sem qualidade
Que falta de harmonia
De cadência
Sua poesia é uma indecência
Você não tem vergonha de Beaudelaire
De Camões
De Lord Byron
Não tem vergonha de Shakespeare
De Cecília e de Bandeira
Sua sorte e de sua obra é a seguinte
Direto para a fogueira