PALAVRA CERTA

Sublime, a podridão da modernidade

o delírio urbanista interrompe.

O homem levanta da mágoa no cemitério

saudado por um demônio que toca

no realejo os sonhos cadavéricos

dos vampiros.

Os raios do sol - pregos prendendo a alma.

As flores exalam perfumes

porque sonham música,

e quanto a isso as sombras

ecoam precipitadas no vale.

Eu escuto os diálogos

dos mortos e percebo:

cava-se túneis

aonde o universo é oculto.

As praias recebem visitas,

os que se grudam no sol

não percebem: lobos

infestam as areias.

Gente estranha circula,

disfarces deixam à mostra

pegadas diferentes,

acorde antes do combinado.

Planos desfazem nossa conduta,

uma nova supremacia é desenhada,

estar desperto é levar uma aurora

em cada olho e a estrela da união

na palavra certa.