ANJO DE PEDRA

Anjo de pedra

bruta-pura.

Puro

diamante lapidado

pelo mestre de mãos queimadas

vira profeta

do nada

do tudo

das mensagens não mandadas

das setas indicando o nada

das linhas não traçadas

nesta vida alucinada mente

estressante sorte não lançada

palavra vã

ao leo colhida

em áridos campos

semeados brilhos

falsos da madrugada

de ontem refletida

na estrada iluminada

para na distante

lida de poeta

ser verdade

por instantes...

efemeros

lapsos de sinapses

captados...

verdadeiros

encontros virtuais

juras inteiras

nas palavras seladas

por puro prazer

de serem impuros

versos de doidos

pêndulos de Foucault.