MÁSCARAS

Máscaras

R.Maluf

* fase de quase-morte !

Minha vida não tem mais brilho

Nem máscaras iluminadas

Tem luzes multicolores

Entre cenários, escadas

Minha história não é só palco

Nem máscaras teatrais

Não há script nem nada

Mas as platéias são reais

Meu mundo não tem mais cores

Só máscaras de tristeza e dor

Tons suaves, claridade

Sem cheiro, sem sabor

Minha música dispensa tambores

Quero harpa, cravo , bandoneon

Meu canto agora é sonoro, lento

Esqueço os ruídos, ecos e sons

Meus papéis, escolho eu

Sem medo de desagradar

Tiro a máscara

E gosto de mim

Mesmo assim

Não faço mais o que não quero

Dispenso aplausos

Me descobri mortal

Quero vida

Sem carecer representar

Me transformei

Quero ser eu

Não preciso agradar

Me vi frágil

Entre rios de lágrimas

Pequena, um nada

Sem me ocultar

Dores físicas

Dores da alma

Expostas, visíveis

A me torturar

Forte não sou

Pedi ajuda

Quis colo, carinho

Não sou super

Nem hiper, nem extra

Pedi amparo, pedi perdão

Não tenho pudores

Não me abandones

Gritei

Por longo tempo sofri

Lutei por dias a fio

Cheguei bem perto

Do lado de lá...

Não sonhava

Vivia infernos

Não dormia

Vivia pesadelos

E feito lua

Minguava...

Imersa na dor

Imersa em mim

Sem querer

Voltar à tona

Melhor partir?

Não barganho com Ele

Não faço tratos

Não contrato favores

Mas me entrego:

Seja feita Vossa vontade!

Depois imploro

Me traga de novo à vida

Devolva minh´alma

Prometo tudo

Faço o que Você quiser

Mas permita-me

Continuar minha história

Terminar minha luta

Me doar aos meus amores

Recordar minhas lembranças

Viver o que me resta de vida