Seres aéreos

Os insetos são como nós:

Irritantes.

E quando a noite se apresenta,

Eis a lua. De atitude esférica.

Um sinfonista frustrado à beira do lago,

Contempla a face medíocre de sua criação.

E os insetos deselegantes terminam seu vôo,

Em dolorosas picadas no corpo indiferente.

Quem precisa de uma vida no lago?

Quem precisa de aprovação?

Se atirando setas rumo ao coração humano,

Não faz sentido ou falta alguma,

O melhor é admirar o que está pronto no céu,

E se conformar com os insetos de pouca valia.

Nada cresce,

Nada fenece,

Nada se arrefece.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 17/05/2006
Código do texto: T157807