Tear Humano
Hoje superei o limite de minha paciência,
como um pequeno fio no tear humano.
Troca de roupa,
equilibra-se no ar o salto na passarela habitual.
No palco falta luz.
No teatro, marionetes são meros brinquedos e a
sua atuação me fascina.
Na desova do desespero,
no conteúdo da casca há uma interrogação, parte do seu ser.
Na praça ruidosa e dispersiva,
espero sobre um banco frio e incômodo,
a ausência do medo intimista.
Café no copo.
No bilhete despi palavras,
meu ponto final é uma raiva furor
que extrai da tinta esferográfica.
As melodias do seu violino,
infantis e de iniciantes,
formam uma canção tímida em desarmonia.
Não sei ler partituras.
Nossos simbolismos
são como um ato tentável,
que se perdeu ao acaso.
2002