O triste fim do poeta brasileiro
Ó tempos de glorias passadas
Onde amar era belo e o amor verdadeiro
Ó tempos que não os vivi
Efêmeras noites, ébrios brasileiros
Provindos de Byron, se fazem boêmios
E ebrirridentes preterem o destino
Morrer era nobre quando por amor
E o amar do boêmio é o amor do menino
Ó bravo poeta que hoje inda teima
A expor seus versos ao ínfimo brilho
Não sê mais boêmio não morra de amores!
Pois hoje vivemos em dias de idílio
Se a tuberculose era o cabo da vida
Em tempos passados de uma sã loucura
Se já não aflige o tal mal do século
Em novas feridas a enfermidade perdura
Se antes a morte era a glória maior
E sobreviver era a praga do homem
Suplico-te agora, ó deus dos modernos
Que mate o poeta, mas nunca de fome!
Se antes os loucos! eram abastados
E hoje os heróis! De poemas não vivem
Melhor ser um louco de um velho passado
Que ser um herói e viver de fuligem
Até mesmo a morte de tino tão nobre
Mudou de instrumento pra matar o homem
Se já não existe mais vida boêmia
O mal deste século amigo! É a fome.