O triste fim do poeta brasileiro

Ó tempos de glorias passadas

Onde amar era belo e o amor verdadeiro

Ó tempos que não os vivi

Efêmeras noites, ébrios brasileiros

Provindos de Byron, se fazem boêmios

E ebrirridentes preterem o destino

Morrer era nobre quando por amor

E o amar do boêmio é o amor do menino

Ó bravo poeta que hoje inda teima

A expor seus versos ao ínfimo brilho

Não sê mais boêmio não morra de amores!

Pois hoje vivemos em dias de idílio

Se a tuberculose era o cabo da vida

Em tempos passados de uma sã loucura

Se já não aflige o tal mal do século

Em novas feridas a enfermidade perdura

Se antes a morte era a glória maior

E sobreviver era a praga do homem

Suplico-te agora, ó deus dos modernos

Que mate o poeta, mas nunca de fome!

Se antes os loucos! eram abastados

E hoje os heróis! De poemas não vivem

Melhor ser um louco de um velho passado

Que ser um herói e viver de fuligem

Até mesmo a morte de tino tão nobre

Mudou de instrumento pra matar o homem

Se já não existe mais vida boêmia

O mal deste século amigo! É a fome.

Wagner de Souza
Enviado por Wagner de Souza em 17/05/2006
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