Matéria prima.

O poema mais perfeito que existe,

É aqele que não foi dito.

É aquele que reside numa dimensão sem corpo.

Como uma escultura presa dentro do bloco de mármore.

É o poema em forma de neblina.

É a palavra ainda não agredida.

Porque o poema perfeito,

Não é feito de palavras.

É uma substância pura,

Quimicamente estável.

Há que se ter cuidado,

Ao se cometer um poema.

Traduzir o imaterial,

Em corpo e conteúdo,

para não se destruir uma grande matéria prima.

EDUARDO PAIXÃO
Enviado por EDUARDO PAIXÃO em 17/05/2006
Código do texto: T157740