Liberdade.
Numa manha eu acorrentado,
Acordo com o brilho do sol
Ardendo em meu rosto,
Ainda molhado pelo meu pranto.
Alegro-me em ver
Mais um dia lindo,
Que surge no horizonte radiante.
Mas entristeço-me com a realidade em que vivo.
Na saudade de tudo
Que deixei contra minha vontade.
Meu desejo seria, em estar
Na terra onde cresci,
Pobre mas com amor,
Da terra onde fui tirado brutalmente,
Transportado como animal,
Surrado, dominado por inteiro.
Sem direito até de falar,
Sobre minhas angustias.
Tudo que falo
São palavras ditas severamente,
Temendo o chicote
Deles que pensam ser superiores.
Mas guardo dentro de mim
A esperança de dias melhores
Mantendo assim o desejo
Da liberdade que ainda tardia.
Meu corpo está fraco
De tanto sofrimento.
Caio ao solo
Escuto uma voz dizendo:
--- Acalma-te meu filho,
Sua liberdade está próxima.
Levanta-te não guarde para si sua desventura,
Que a liberdade
Está dentro de cada um de nós.
Dalmo 11 de setembro de 1997.