Segredos No Tempo

Que menina não confiou

Seus segredos de infância

A ouvidos emprestados,

em carteiras encostadas e,

em almofadas divididas?

Qual jovem não guardou

Outras tantas confissões

Jurando que nem a eternidade

Deles teriam conhecimento?

Que mulher não é relicário,

De seus próprios segredos?

Aqueles revelados aos pés do ouvido,

Em meio a risos e espanto.

Com ar de graça e medo

Perderam-se no tempo,

Assentados ficaram nos bancos de escolas e,

Acomodaram-se em meio às espumas e algodões

Das almofadas repartidas em tardes de fim de semana...

Foram relíquias da infância e juventude,

Porém, se hoje ao vento fossem levados

A todos os cantos do mundo,

Com certeza, teriam risos diferentes,

Cheios de graça pela inocência contida...

Aos guardados maduros de hoje,

Não cabe ao vento compartilhar,

Contudo, no tempo se encosta,

E a esses ouvidos que passam

Sussurram os segredos de agora...

Desse tempo impera a certeza

Ainda que ele se vá...

Guardará consigo tuas relíquias...

ziza Silvestre
Enviado por ziza Silvestre em 16/05/2006
Reeditado em 15/06/2006
Código do texto: T157468
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