Segredos No Tempo
Que menina não confiou
Seus segredos de infância
A ouvidos emprestados,
em carteiras encostadas e,
em almofadas divididas?
Qual jovem não guardou
Outras tantas confissões
Jurando que nem a eternidade
Deles teriam conhecimento?
Que mulher não é relicário,
De seus próprios segredos?
Aqueles revelados aos pés do ouvido,
Em meio a risos e espanto.
Com ar de graça e medo
Perderam-se no tempo,
Assentados ficaram nos bancos de escolas e,
Acomodaram-se em meio às espumas e algodões
Das almofadas repartidas em tardes de fim de semana...
Foram relíquias da infância e juventude,
Porém, se hoje ao vento fossem levados
A todos os cantos do mundo,
Com certeza, teriam risos diferentes,
Cheios de graça pela inocência contida...
Aos guardados maduros de hoje,
Não cabe ao vento compartilhar,
Contudo, no tempo se encosta,
E a esses ouvidos que passam
Sussurram os segredos de agora...
Desse tempo impera a certeza
Ainda que ele se vá...
Guardará consigo tuas relíquias...