OS VENTOS DO MEIO-DIA

AH, Ó ROSA, DOS VENTOS!..

DESTES FRAGOROSOS LEQUES...

MEUS SENTIMENTOS...

ATRAVESSARAM INOCENTES TRISTEZAS, FIGURAIS.

INTENÇÕES INDECENTES, IMORAIS.

TROUXERAM-ME CEGAS FLÂMULAS.

PROMESSAS ABSTRATAS, PRIMAIS.

DESCAMINHOS CORDIAIS.

MISTÉRIO DE UMA TÊNUE BELEZA

EXPOSTA SÓ PARA QUEM SENTE O AMOR.

(QUEM O SEGUE TORTO NOS UMBRAIS)

ELA DESPERTOU-ME NUA,

EM SEU CORPO ÉBANO,

PLENO E FULGÁZ!

AH, NO LEITO,

NÃO REVELOU-SE ALGUM SEGREDO!

A MULHER,

DE FALSETE,

ENUNCIAVA SEU EFÊMERO DESPREZO,

SOBRE O QUAL,

AGORA EM ATEÍSMO AMOROSO,

NÃO ENSEJO.

EU POR LÁ,

FUI FELIZ,

COM UM BOCADO DE FANTASIA!

ERA POBRE E FROUXO À TANTO AMAR,

SOB O TOQUE DO VENTO,

NESSE LÚDICO MAR!

NAQUELE MEIO-DIA PASSÍVEL,

DUM OTIMISMO FURTADO.

QUANDO SEU PASSO ATRAVESSOU MINHA VIDA...

A SUA VOLTA,

A CADA IDA,

DOEU (QUEM SABE ADIANTE!),

BEM NOS CANTOS DA ESPERANÇA.

DESCERAM AS CORTINAS.

INTERNEI MINHA POESIA...

RODRIGO PINTO
Enviado por RODRIGO PINTO em 09/05/2005
Reeditado em 22/05/2005
Código do texto: T15737