OS VENTOS DO MEIO-DIA
AH, Ó ROSA, DOS VENTOS!..
DESTES FRAGOROSOS LEQUES...
MEUS SENTIMENTOS...
ATRAVESSARAM INOCENTES TRISTEZAS, FIGURAIS.
INTENÇÕES INDECENTES, IMORAIS.
TROUXERAM-ME CEGAS FLÂMULAS.
PROMESSAS ABSTRATAS, PRIMAIS.
DESCAMINHOS CORDIAIS.
MISTÉRIO DE UMA TÊNUE BELEZA
EXPOSTA SÓ PARA QUEM SENTE O AMOR.
(QUEM O SEGUE TORTO NOS UMBRAIS)
ELA DESPERTOU-ME NUA,
EM SEU CORPO ÉBANO,
PLENO E FULGÁZ!
AH, NO LEITO,
NÃO REVELOU-SE ALGUM SEGREDO!
A MULHER,
DE FALSETE,
ENUNCIAVA SEU EFÊMERO DESPREZO,
SOBRE O QUAL,
AGORA EM ATEÍSMO AMOROSO,
NÃO ENSEJO.
EU POR LÁ,
FUI FELIZ,
COM UM BOCADO DE FANTASIA!
ERA POBRE E FROUXO À TANTO AMAR,
SOB O TOQUE DO VENTO,
NESSE LÚDICO MAR!
NAQUELE MEIO-DIA PASSÍVEL,
DUM OTIMISMO FURTADO.
QUANDO SEU PASSO ATRAVESSOU MINHA VIDA...
A SUA VOLTA,
A CADA IDA,
DOEU (QUEM SABE ADIANTE!),
BEM NOS CANTOS DA ESPERANÇA.
DESCERAM AS CORTINAS.
INTERNEI MINHA POESIA...