Minha alma se perde,
Esgueira-se em estreitos e escuros corredores,
Fica detrás daquela janela fechada
Protegida na escuridão
Das pesadas cortinas da razão,
Fecha-se em baús de fotos antigas
Procurando instantâneos ruins,
Sobrepõe-se a velha colcha de retalhos,
Quadricula-se, camufla-se nela-
Símbolo de um tempo ido,
Entra pelas frestas ressecadas do assoalho,
Madeira de tantas pisadas...
Mescla-se com o frio da porcelana
Do bibelô sobre a penteadeira escura
Já sem serventia agora,
Embrenha-se na vela da embarcação
Sem leme, perdida pelas mãos
Do vento ponteiro,
Nada, no entanto me esconde,
Do amor sem amarras,
Reavivado,
Aflorado,
Radiante e iluminado,
Pelo som da tua voz
Quando me dizes: te amo.
Autorretrato: Paula Baggio
Crayon Bruynzeel sobre Papel Canson
21x19 cm
Esgueira-se em estreitos e escuros corredores,
Fica detrás daquela janela fechada
Protegida na escuridão
Das pesadas cortinas da razão,
Fecha-se em baús de fotos antigas
Procurando instantâneos ruins,
Sobrepõe-se a velha colcha de retalhos,
Quadricula-se, camufla-se nela-
Símbolo de um tempo ido,
Entra pelas frestas ressecadas do assoalho,
Madeira de tantas pisadas...
Mescla-se com o frio da porcelana
Do bibelô sobre a penteadeira escura
Já sem serventia agora,
Embrenha-se na vela da embarcação
Sem leme, perdida pelas mãos
Do vento ponteiro,
Nada, no entanto me esconde,
Do amor sem amarras,
Reavivado,
Aflorado,
Radiante e iluminado,
Pelo som da tua voz
Quando me dizes: te amo.
Autorretrato: Paula Baggio
Crayon Bruynzeel sobre Papel Canson
21x19 cm