“OPOSTO”
Se disserem a ti
Que deixes a mim
O que hás de fazer
Ficar ou partir
Decides enfim
O quê?
Eu que amo a ti
Que não amas a mim
Me fazes padecer
Te quero aqui
Mesmo assim
O que hei de fazer?
Eu que vivo por ti
Que não vives por mim,
Me desejas morrer,
Meu afã não podes sentir
No olhar carmesim
Meu sofrer.
Eu que choro por ti
Que não choras por mim
Dizimas meu ser
Te apraz o sorrir
Sinto alfim
A vida nada valer.
Eu canto por ti
Que não cantas por mim
O que posso querer
Do que há no porvir
Apenas bom fim
Espero obter.
Tu que não vês a mim
Que vejo a ti
Me respondes por que
Fazes assim-assim
Por não teres amor, ou ai
Se por puro prazer?
Se disserem a ti
Que deixes a mim
O que hás de fazer
Ficar ou partir
Decides enfim
O quê?