Tarde...
Tarde
Acordo
Tarde
Já é tarde
O dia se foi
Perdi o dia
Dormindo
Que desperdício
Sem ver o início
Já estou no fim
E é assim
Que entro na noite
Dou boa noite
Acendo a luz
A fome aparece
Estou com fome
Meu estomago ronca
Avisa que quer comida
Abro a lata gelada
Nada há
Pra digerir
Dirijo-me
Então para o carro
Corro
Quase morro
Descendo o morro
Correndo
No empanada paro
Peço uma
E uma gelada
De um gole desce
A gelada
Com duas dentadas
A empanada
Peço mais
E mais uma peço
Continuo sentado
Ao meu lado falam alto
Mesmo se fosse baixo
Eu escutaria
Meu ouvido
De tuberculoso
Funciona tanto de noite
Quanto de dia
Sem saco
De ouvir
Papo furado
Pago a despesa
E vou até
O Franz Café
Posso ler
Enquanto tomo
Um café gelado
Falam do lado
Mas é inevitável
Preciso jantar
Comida de verdade
Vou até o Estadão
Lá tem uma feijoada
Já que perdi o dia
Posso ganhar
A madrugada
E que eu não tenha
Pesadelos
Porque a feijoada
Do Estadão
É da pesada
ABittar
poetadosgrilos