NO DIA EM QUE CONHECI VOCÊ

Fico lembrando quando a vi pela primeira vez,

meus olhos ficaram procurando no seu corpo o que ele tinha e o que escondia,

a sua boca parecia dizer pra vir mais perto e sugá-la até o talo.

Fiquei vasculhando as suas curvas por todo o tempo do mundo,

cada detalhe era traçado e retraçado de novo naquela cena sem pompa, sem intenção. Até parece.

E mal a gente sabia que naquele momento estávamos selando toda uma vida a dois, a três e a quatro.

Falamos sobre coisas que não mudariam o mundo um tiquinho sequer,

mas algo fez as minhas antenas enrijecerem de uma forma que nunca tinham aportado antes, nunca tinha provado antes.

Você me fez entender que a sua história nunca teve sopa no mel, cada tijolo tinha que ser roído pedacinho por pedacinho, arremate por arremate.

Todas suas vitórias foram solenemente marcadas por infinitas gotas de suor, por uma vontade que você nem conhecia de chegar lá, de ser melhor, de ter uma vida diferente daquela que estava marcada no seu roteiro original.

Você era uma mulher especial, que só precisava de alguém também especial para completar a volta nesse circo que chamamos de vida.

Sem saber, sem sabermos, naquele mágico encontro estávamos montando toda a nossa paleta de cores, estávamos unindo cada poro do nosso corpo com uma única varinha de condão, fio do mais forte aço que já moldaram por essas bandas.

Porque eu entendi, logo pelas primeiras gotas que brotaram das suas palavras, que você só precisava do meu sangue para fazer o seu coração bater de novo, justamente da forma como Deus gostaria que fosse feito, só que não sabia, não podia ou não queria, fazer isso sozinho.

Então, abri o meu peito com calma e serenidade que nunca tive antes e nunca terei de novo, e atraquei a minha alma na sua para todo o sempre.

Para todo o nosso sempre.

Pra Tú, a mulher que escolhi e que espero tenha também feito o mesmo.