grão
por vezes somos uma semente um grão de areia um átomo um nada
por vezes sentimo-nos tão pequenos que somos esmagados por formigas
construímos edifícios desproporcionados à nossa dimensão
vivemos neles como num espaço indefinido
solitários entre a sala e o quarto a mobília que vai preenchendo
alguns cantos e os nossos objectos pessoais dispersos
por vezes somos tão minúsculos que nos esquecemos que somos mais que isso