burgo
o burgo é uma selva onde me perco
as criaturas– outrora formigas – são agora gigantes
a atropelarem os meus sumptuosos momentos
não me sinto livre
não me sinto ave a rasgar o azul
a tanger as estrelas
sei-o nos meus monólogos eloquentes
escadaria dos meus horizontes
soltar-me
ser ave
renegar a gaiola
infrutuosos suspiros de mim