ZERO(S) A ZEN
carmen l. fossari

Agora olho e
Adversa vontade de
Ver
Não encontro
Algum limite ou mapa que me indique
Espraiei de gostar e tanto
ao trinado dos livres pássaros
Que os escuto, tão próximos
Em passagem breve de seus vôos.
As aéreas raízes fugidias
Das plantas em vasos na varanda
Almejariam tocar a terra
De todos os verdes entre todos
E ali ao limite de um vaso
Ainda tentam
Prolongar-se em mais e ser.

Se um dia em calma de mar sereno
Deixei pousar um olhar de cobiça
Igual,
Foram as grandes ondas que
Me fizeram navegar
Ou teria de impulso eu mesma içado as velas?
Já em sei, onde sou mar ou tempestade
Ou a calmaria de espera



Como nos mais serenos poemas
Da Cecília Meireles.
Um ritmo,que me nasce entre meus seios

Ao esquerdo lado da imagética emoção
Reverbera cada vértebra de meu ser
E então penso que sou eco de uma musica,
Vibrante aos pedaços que nem sei
Um silêncio de longe, sibilante e gélido
Dança sobre meu corpo em descompasso
Do que não sei, tudo sei
Onde sou quando estou
E quando estou o quem eu sou
Senão sombras , alguns sonhos
e este olhar que nada vê?
O silêncio eterniza o que não sou
Quero o movimento, o não limite
As cores vibrantes
Rodopiar no mundo
Dançando na Beira das estrelas
Beijar a lua
E amar-te tanto
Que de tanto olhar
Sob as pálpebras encantadas
Veja nascer a mais bela
Aurora Boreal

Publicado em www.carmenfossari-armazemdapalavra.blogspot.com



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