NAU SEM RUMO...

Minha nau parte de seu porto rumo ao horizonte...

Mas não me vejo ao timão...

Somente uma sombra está a bordo...

Vejo ela se distanciar tocada pelo vento...

E aquela sombra a guiar a minha bela nau...

Lanço um grito de angustia ao céu...

As lágrimas nascem de meus olhos...

Escorrem em minha face em direção ao mar...

Indo misturar-se as suas águas salgadas...

O desespero invade a minha alma...

Minha nau partiu rumo ao horizonte, me abandonou...

Uma sombra é seu capitão...

Não entendo o que aconteceu...

Reflito e procuro nas lembranças passadas...

Mas nada me ajuda a compreender...

Sinto minhas forças se esvaírem...

Olho minha nau no horizonte...

Saudades se apossam de meu ser...

Vontade louca de navegar...

Mas ela vai tocada pelo vento...

Sem comigo se importar...

Agora noto que a sombra que a guia é minha alma...

Que cansada do meu sofrer...

Apossou-se de minha nau...

Para a nossos sonhos encontrar...

(Ocram 17/04/04)