Apenas uma Gripe
Breve prefácio: Este poema é um dos que pertencem a uma classe poética que não é reconhecida pela literatura brasileira (ao menos por enquanto), pois foi criada por mim. O chamado 'Neo-Soneto'. Trata-se de um soneto comum, mas não necessariamente feito com redondilhas maiores ou menores; metrificado; com um verso além dos 14 originais do soneto clássico; a função do verso adicional é complementar todo o soneto, a chave do soneto, reverter todo o soneto por meio de uma ironia, etc. A maior característica do Neo-Soneto é seu último verso entre colchetes.
Sem mais, o autor.
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Não ignore meu peito carregado,
Nem essa coriza irritante...
Meu rosto, abatido e avermelhado,
Nem minha dor-de-cabeça gritante.
Hoje eu quero, apenas, ficar deitado...
Me dê uma aspirina e fique ao meu lado,
Peço que me tires do corpo essa dor,
Não diga palavras bonitas, amor!
Demonstre que se importa de verdade!
Não me diga que é apenas amizade
Não fique comigo por piedade!
Afinal, é só uma gripe e vai passar.
Preciso, apenas, um pouco repousar.
Estarei melhor amanhã, 'cê vai ver!
[Mas fique comigo até eu adormecer]
William G. Sampaio [13/8/07]