VOCE
Tentar te apreender é arriscar apanhar raio de luar
Te procurar é não achar inteiro
Conviver é a cada dia te inaugurar
Ser lúdico, inviável
Você é recuo
Soneto, brisa, por do sol
Neruda em melodias
Água fugidia
Que desliza apenas
Não toca as margens
Deixa árida a terra
Que anseia
É a trilha da solidão em movimento
Caminho
Tem nos olhos o fulgor da indignação
Pela má jornada dos homens
Sua boca irradia rebeldia
Suas mãos trabalham, escrevem, denunciam
Um apelo à justiça
E seu pranto pelo mundo