Morte!

Oh! Morte, quando vens me encontrar?

Avises, quero estar preparado para o momento,

És inimiga da vida, sôfrega, fúnebre, tormento,

Venhas com toda sua seiva, faltar-te-á alento,

Oh! Morte, onde queres me encontrar?

Vista seu manto negro, sua capa enrubescida,

E venhas preparada, de mim não terá guarida,

Verás em sua nobreza, o esplendor duma vida,

Oh! Morte, me avises quando chegar a minha hora,

Não me surpreendas no meio da longa caminhada,

Não lhe receio um momento, mas alguém por mim chora,

O último Adeus conceda-me, com pesar a minha Senhora,

Oh! Morte, quero dialogar contigo

Saber o que pensas, qual é sua forma,

Qual és seu pecado, qual és seu castigo,

Entender sua essência, não brades comigo,

Oh! Morte, já fostes terror dos trovadores,

Com a melancolia, com a volúpia da vida,

Ludibriava os poetas, causando-lhes dores

Assim foi com Byron, não lhe deu saída,

Oh! Morte,

Encontres-me forte

E tenhas vitória,

Somente assim terás sua Glória!

Irei com alegria, para o recanto dos bardos,

Só tive alegria, escrevi poesia, levei o meu fardo,

Juntar-me-ei aos poetas, na fonte eterna, de um jardim de flores,

E como legado, restará à saudade e meus dois grandes amores.

William Gonçalves dos Santos
Enviado por William Gonçalves dos Santos em 28/04/2009
Reeditado em 24/07/2009
Código do texto: T1564783