Morte!
Oh! Morte, quando vens me encontrar?
Avises, quero estar preparado para o momento,
És inimiga da vida, sôfrega, fúnebre, tormento,
Venhas com toda sua seiva, faltar-te-á alento,
Oh! Morte, onde queres me encontrar?
Vista seu manto negro, sua capa enrubescida,
E venhas preparada, de mim não terá guarida,
Verás em sua nobreza, o esplendor duma vida,
Oh! Morte, me avises quando chegar a minha hora,
Não me surpreendas no meio da longa caminhada,
Não lhe receio um momento, mas alguém por mim chora,
O último Adeus conceda-me, com pesar a minha Senhora,
Oh! Morte, quero dialogar contigo
Saber o que pensas, qual é sua forma,
Qual és seu pecado, qual és seu castigo,
Entender sua essência, não brades comigo,
Oh! Morte, já fostes terror dos trovadores,
Com a melancolia, com a volúpia da vida,
Ludibriava os poetas, causando-lhes dores
Assim foi com Byron, não lhe deu saída,
Oh! Morte,
Encontres-me forte
E tenhas vitória,
Somente assim terás sua Glória!
Irei com alegria, para o recanto dos bardos,
Só tive alegria, escrevi poesia, levei o meu fardo,
Juntar-me-ei aos poetas, na fonte eterna, de um jardim de flores,
E como legado, restará à saudade e meus dois grandes amores.