Manhãs de Outono
Ah... Essas claras manhãs do outono!
Manhãs que ensejam esperanças,
Tardes feitas de silêncios viajantes,
E noites de braços aconchegantes.
É assim que desdobro cuidadosa,
Os lençóis do tempo,
Brancos - cheirosos havidos,
Passados e limpos;
Passados limpos,
Passados a limpo.
Refazimento do ninho,
Recobrimento do coração desnudo,
Pronto para acolher no calor da coberta
O frio invernal que se avizinha;
Gélido e gris.
Tempo-ser, tempo-haver...
Tempo das iluminuras escritas na alma,
De um tempo que não volta mais!
O devir não é o tempo quem dirá,
Serão as minhas escolhas.