DESDE ENTÃO
Desde então...
Quando, de repente, meu amado morreu,
ou, quem sabe, nunca existiu,
minha alma, de tanta tristeza,
não suportou e para longe fugiu.
Num instante era meu amado,
já em outro se transformava...
Bastou que eu lhe arrancasse a máscara
que sua face real ocultava.
Desde então, minha alma...
Vive vagando, sem achar guarida,
deixa o corpo levando a vida
enquanto se esconde, indolente,
em algum canto escuro.
O corpo respira, até sorri, trabalha,
luta, não se esquiva da batalha,
enquanto a alma observa, indiferente,
pairando acima do muro.