DESDE ENTÃO

Desde então...

Quando, de repente, meu amado morreu,

ou, quem sabe, nunca existiu,

minha alma, de tanta tristeza,

não suportou e para longe fugiu.

Num instante era meu amado,

já em outro se transformava...

Bastou que eu lhe arrancasse a máscara

que sua face real ocultava.

Desde então, minha alma...

Vive vagando, sem achar guarida,

deixa o corpo levando a vida

enquanto se esconde, indolente,

em algum canto escuro.

O corpo respira, até sorri, trabalha,

luta, não se esquiva da batalha,

enquanto a alma observa, indiferente,

pairando acima do muro.

Luna de Gibraltar
Enviado por Luna de Gibraltar em 27/04/2009
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