Revés de felicidade
De repente, lembrei-me de Cosme,
os olhos de Cosme,
olhos negro-tempestade.
Sua imagem me veio tão clara
que, oh Deus!, só podia ser irreal,
como o fim dos sentidos.
Demência, insônia.
Ouvi o som de Cosme a flutuar
em cada canto, cada pensamento,
a clamar com urgência, afinal.
Não haverá mais sentido.
Madrugada, eternidade...
Assim, Cosme se desfez
tal qual fogo que se aventura
a misturar-se com água pura.