Quintal de Amoras

Há um túnel de folhas

onde colho pedaços de espumas vermelhas.

Delicadeza da fruta.

Docícula,

tanta miudeza não faz fartura,

mas são adornos à árvore,

como em festa de natal.

Os talos disputam com as formigas um lugar.

Enfeitam-se,

Penduram brincos de mel...

Geléias, doces sutilezas, no café da manhã.

No fim da tarde,

vou colher um pouco disso ou daquilo

e, depois, limpar os dedos pigmentados

pelo doce de verão.

2005

Aglaé Meinberg
Enviado por Aglaé Meinberg em 14/05/2006
Reeditado em 28/05/2008
Código do texto: T156157