Quintal de Amoras
Há um túnel de folhas
onde colho pedaços de espumas vermelhas.
Delicadeza da fruta.
Docícula,
tanta miudeza não faz fartura,
mas são adornos à árvore,
como em festa de natal.
Os talos disputam com as formigas um lugar.
Enfeitam-se,
Penduram brincos de mel...
Geléias, doces sutilezas, no café da manhã.
No fim da tarde,
vou colher um pouco disso ou daquilo
e, depois, limpar os dedos pigmentados
pelo doce de verão.
2005