Por quanto tempo a esperança pode suportar o baque da realidade?
Aguardei por tanto tempo este momento...
que sequer lembrei-me que ele poderia ser apenas real.
Nas artimanhas da ilusão inebriei-me ?
Cai severamente castigado...
pelas rédeas do inesperado!
Achei que seria algo tão fulminante ?
Uma nostalgia ... um frenesi vertiginante.
Cheguei a acreditar,que por milésimos de segundos
perderia meu coração.
Que de meu rosto antes arenoso
vertessem lágrimas.
Que indo de encontro ao seu olhar
meu espírito sufocaria-se em dor.
Quis por tantos dias poder lhe dar
as palavras mais bonitas !
Revelá-lhe meu coração nesta declaração...
Tive a necessidade de crê
que minha vida não possuísse vida ?
Meu coração deixou-se dominar pelo livor.
Precisei acreditar...que em mim encontraria a resposta?
Certamente oculta em algum lugar profano de minha alma.
Descobrir apenas,feridas e mais perguntas!
Hoje sequer sei se sou capaz de amar-te...
como lhe amei em meus pensamentos.
Gostaria de iludi-me com a ilusão de que me ama,
contudo esta esperança perdeu-se perante a realidade.
Por um tempo,pensei que seria capaz...
De entregar minha alma.
Por este amor dolorosamente prazeroso.
Não sei se fui traído ou se eu mesmo me trair,
apenas recordo-me que provei do amargo sabor da traição.
Precisava acreditar que quando nos reencontrássemos,
o tempo se descontrolaria...
fugindo tempestivamente de nossas mãos.
Que o amor renasceria das trevas de meu ser ?
Reacendendo a este sentimento insano ?!
Iluminando meu coração com as chamas sôfregas do desejo!
Mudei...?! Com o tempo,com o pesar dos anos
porém continuo amando-a como a um amaldiçoado.
Talvez pela eternidade como no primeiro momento,
tudo o que havia imaginado...
Um reflexo ? Um eco ? O eco do nada...
Atordoando plenamente meus pensamentos,
meus olhos voltando a arder em lágrimas,
meu coração despedaçando-se entre o amor e a obsessão.
O contrato foi assinado utilizando-se de lívidos sentimentos!
A polidez e a perfídia foram as armas usadas ...
para matar este amor.
Novamente ela partiria!
Novamente eu a amaria.
Sentimento tirano que tornou-se cativo das sobras deste amor.
Em alguma câmara obscura de minha mente,
em algum canto oblíquo de minha alma procurei a resposta.
Descobri que não havia uma resposta,
apenas um outro enigma,uma pergunta...
Qual era a pergunta ?
Não sei! Somente decidi-me por abandonar o futuro.
Viver... nutrir-me... vegetar.... preso ao passado.
Tive medo,a cada passo o mundo tornava-se mais obscuro,
apenas... mergulhei em recordações.
Com o tempo restava-me apenas as decepções.
Uma última esperança ?
Meu último sacrifício ?!
Ela decidiria se meu coração morreria.
A insegurança me fez crê que minha vida foi um desperdício.
Novamente tinha medo,prosseguir,descobri a resposta.
Percebo agora! Não havia nenhuma pergunta ?
Ingenuamente sepultei meu coração.
Apenas,somente seu amor irá revivê-lo.
Hoje,só suas lágrimas são capazes de aquecê-lo.
E apenas sua resposta,responderá a pergunta,da qual ainda procuro a resposta!