BR 262 (a saudade não é nada)
Tão perto das minhas mãos
e não consigo te alcançar...
Será que o que faltou foi amor?
Creio que faltou foi coragem...
Porque tenho ainda dentro de mim
uma miragem tão insistente
e um calor tão forte
que me fazem lembrar da gente.
E se o fim é a nossa distância,
vivi tão pouco que nem mesmo conheci o sol...
porque vivi na noite da minha solidão
e você me amou enquanto teve tempo.
Não sei se vale a pena desejar teu corpo,
ou mesmo escrever versos apaixonados,
porque não vejo significados nem razões
e as emoções ainda são fortes...
De quê adianta?
A saudade é fraca e tenho que continuar caminhando...
Só posso fazer isso... continuar e tentar de novo,
cair, levantar... tentar... tentar ser feliz de outro jeito.
Mas o caminho é imperfeito, você sabe...
que por mais que eu caminhe,
se o amor é a força que move o mundo,
vou te amar a cada segundo.
E se o destino me escolheu pra sofrer...
é! a solução é calar e seguir... sozinha.
Porque eu quero você comigo.
Mas de quê adianta querer?
Não vivemos em função da vontade,
e sim, do progresso.
Se espero seu regresso, é porque nunca voltei.
Tentei negar, mas te amei.
(O que a boca diz, os olhos se abaixam para não negar.)
Me desculpe...
mas o que faltou foi coragem.
E, como tatuagem, você permaneceu em mim.
Não há como voltar atrás!
E o que eu quis (e ainda quero)
preferi, para agradar ao destino, deixar só no coração.
E se um dia eu tiver a chance de te beijar...
meu bem... talvez eu deixe essa chance passar
e chore de saudade pelo resto da vida.
Porque existem sonhos que cobram um preço alto,
e o amor não é um deles...
apenas se rende para que as outras coisas se façam.
Só que nenhuma delas deixa tantas marcas
quanto o amor de alguém que está de lá...