A flor solitária

Tantas foram as flores que cultivei

Cada uma com sua beleza ímpar

Todas elas por tantas vezes cheirei

Quando sempre ia meu jardim limpar

Protegia todas das ervas daninhas

Sempre uma nova espécie estive a plantar

Tinha orgulho de todas as flores minhas

Mas um dia o jardim do vizinho me pus a olhar

Daí começou a minha total perdição

Quando vi uma flor solitária lá num cantinho

Parecia tristonha e carente de atenção

E olhava pra mim como a mendigar carinho

No entanto era uma flor que tinha patrono

Apaixonei-me olhando-a iluminada pela Lua

Mas limitei-me a fazer poemas sobre seu abandono

Quando apenas bastaria atravessar a rua

Trazê-la ao meu jardim e cuidar-lhe melhor que o dono

Angelo Tomasini
Enviado por Angelo Tomasini em 24/04/2009
Reeditado em 09/11/2018
Código do texto: T1557274
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