A flor solitária
Tantas foram as flores que cultivei
Cada uma com sua beleza ímpar
Todas elas por tantas vezes cheirei
Quando sempre ia meu jardim limpar
Protegia todas das ervas daninhas
Sempre uma nova espécie estive a plantar
Tinha orgulho de todas as flores minhas
Mas um dia o jardim do vizinho me pus a olhar
Daí começou a minha total perdição
Quando vi uma flor solitária lá num cantinho
Parecia tristonha e carente de atenção
E olhava pra mim como a mendigar carinho
No entanto era uma flor que tinha patrono
Apaixonei-me olhando-a iluminada pela Lua
Mas limitei-me a fazer poemas sobre seu abandono
Quando apenas bastaria atravessar a rua
Trazê-la ao meu jardim e cuidar-lhe melhor que o dono