Nau perdida

Lá vai a nau pelos mares da agonia

Sem saber qual porto lhe espera

Nem lembranças do amor de outro dia

Tão pouco horizontes sonhos de quimera

Assim cumpre rasgada e desditosa sina

Candeeiros sem lume, cinzas inúteis

Desdenhoso destino arrastai suas lágrimas

Penitentes criminosos de histórias fúteis

Um estranho exílio vos perpetua

Dos cemitérios sem doce mistério

Tal qual uma noite de céu sem lua

Réquiens, inclemência, cai o império

José Salvador
Enviado por José Salvador em 24/04/2009
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