Sonhar

Por estar aqui, neste lugar

Não me custa sonhar

Que as minhas asas estão abertas

E o meu voo galgará o céu.

Por estar aqui, em silêncio,

nada me custa imaginar

Que o sussurrar do vento

É cantos, em noites de luar.

Que as estrelas desceram

E chamam-me de amiga,

Que as folhas balançam, a me sorrir,

Custa-me sonhar?

Posso sonhar com bandos de andorinhas,

Pardais, bem-te-vis, beija-flor,

Dançando ao meu redor,

Sem nenhum temor, sem querer fugir.

Que me custa sonhar com o mundo,

Cercado de Amor e Paz,

Com filmes, estampados em cartazes,

Proclamando que chegou o tempo feliz?

Que eu sonhe, então, todos os sonhos

Com cirandas e meninos risonhos,

Brincando, no meio da praça,

A cantar e a sorrir.

Que eu sonhe com a família reunida,

Contando histórias antigas

E vovó dizendo-me, severa,

Para eu parar de sorrir.

Que eu sonhe que um arco-íris

desceu, devagarinho, do céu

E ofereceu uma flor para mim.

Que eu sonhe com janelas descerradas,

Fadas encantadas

Com gente feliz pelas praças,

Gritando e dançando para mim.

Que eu sonhe que sou, plenamente, feliz

Habitante de um mundo feliz,

Reino de paz e alegria

E de homens e mulheres gentis.

De homens e mulheres que cantam

Que dormem com as árvores,

Despertam com as flores

E trazem os raios de sol

Em sorrisos eternos, sem fim.

Otelice Soares
Enviado por Otelice Soares em 23/04/2009
Código do texto: T1555260