MEU TEMPO, EM TEMPO
Não sei mais do meu tempo.
Vejo através do espelho
embaçado pelo vapor dos anos
que amanheceram meus sonhos.
Foram estações, ensolaradas
e outras nebulosas,
que fizeram florescer alegrias
e chuver dissabores.
Não sei se o perdi ou se deixei por aí,
mas sei que os tive em meu poder.
Fez escola, com ele aprendi a tirar proveito,
sabendo-o curto, breve se não mínimo.
Com ele aprendi a dançar no compasso,
a reconhecer meu espaço em ponto vernal.
Hoje, trago sinais desse tempo,
semáforos da vida em mão e contra mão.
Se foram vagos não percebi,
mas duraram menos que pretendi.
Esse tempo chamado saudade,
faz arrepiar ao lembrar momentos
em que tudo foi possível de ser vivido.
O ontem não passou na mente, agora me é presente...
Suspiros, olhos marejados, um sorriso, um olhar distante...
A mente viaja revivo instantes
em que desejei que ele, o tempo, parasse.