‘DOCEPOEMA’: UM TRIBUTO A CORA CORALINA
‘DOCEPOEMA’:
UM TRIBUTO A CORA CORALINA
Eu sou o amor fiel das coisas simples
das conversas da brisa com a aurora.
Os realces dos brilhos sem requintes
que há nos rubis dos brincos
das amoras...
E eu sou a flor servil daqueles pomos
que saciam os sonhos das quimeras,
os frutos de verão dos meus outonos
entre o último estio
e as primaveras...
Guardo no corpo de jardins agrestes
as linhas de um poema à flor da pele
escrito pelas mãos do amor silvestre
para que em mim o amor
mais se revele...
Fiz com saudade a ponte da subida
deixei rosas na encosta das colinas.
Com coisas simples confeitei a vida
na doce lida de ser
Cora Coralina...
Afonso Estebanez