VELHA MORAL- Soneto
É mal o estado do Estado que a prole finca e faz
fisgar do peito contento, desejo e confissão; é que o porquê de uma vida na inglória foi-se a paz verdade, real tentação do desgaste herdado em vão.
Se assim acontece, entre nós, o penar sem ver por quê;
faz a esperança mortal o meu pranto extraditar;
verseje então, antes que o desejo possa ver
a pertinácia do meu ser, pobre Ser cambalear.
Se de repente o martírio se aperceber que sou fruto da terra a envergar no meu espaço um seduzir,
Imponha o troco da velha moral da geração!
Que pegue a pedra e atire feroz na minha dor;
O que pensar que o que tenho, não vale meu existir;
apague a luz que rastreia o porte da ilusão!