VELHA MORAL- Soneto

É mal o estado do Estado que a prole finca e faz

fisgar do peito contento, desejo e confissão; é que o porquê de uma vida na inglória foi-se a paz verdade, real tentação do desgaste herdado em vão.

Se assim acontece, entre nós, o penar sem ver por quê;

faz a esperança mortal o meu pranto extraditar;

verseje então, antes que o desejo possa ver

a pertinácia do meu ser, pobre Ser cambalear.

Se de repente o martírio se aperceber que sou fruto da terra a envergar no meu espaço um seduzir,

Imponha o troco da velha moral da geração!

Que pegue a pedra e atire feroz na minha dor;

O que pensar que o que tenho, não vale meu existir;

apague a luz que rastreia o porte da ilusão!

Zecar
Enviado por Zecar em 08/05/2005
Reeditado em 20/07/2016
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