ZURIQUE
O que sou hoje a espera
de um Deus que não veio?
As Muralhas de Nínive
perdidas em blocos
rezando ao céu.
A Torre dos Ventos
plangentes, chamando
na tarde seu nome ao léu.
Ruínas cretenses,
templos bizarros, mausoléu.
O que fui ontem
na bela Zurique?
Seda vermelha, ornada de rendas,
lábios de mel.
Hoje Zurique é Saara,
os Alpes dormentes,
celebram a noite em que
me pertenceu.
Jorram em demência
pelo altivo Aare, meu
pranto transformado
em fel.