ZURIQUE

O que sou hoje a espera

de um Deus que não veio?

As Muralhas de Nínive

perdidas em blocos

rezando ao céu.

A Torre dos Ventos

plangentes, chamando

na tarde seu nome ao léu.

Ruínas cretenses,

templos bizarros, mausoléu.

O que fui ontem

na bela Zurique?

Seda vermelha, ornada de rendas,

lábios de mel.

Hoje Zurique é Saara,

os Alpes dormentes,

celebram a noite em que

me pertenceu.

Jorram em demência

pelo altivo Aare, meu

pranto transformado

em fel.

Alaide Santos
Enviado por Alaide Santos em 22/04/2009
Reeditado em 22/04/2009
Código do texto: T1553253