A ave e a morte
Cadê a alegria dos teus sorrisos?
Onde está a jovialidade em teu coração?
É tão desolador ter, ao lado, alguém que não te enxerga, não te vê.
Que desconhece o teu interior e ignora a tua existência.
Quiseras ser um pássaro, para livremente voar em busca de todas as soluções que transformariam tuas vidas em algo mais feliz e afável.
Com os olhos de águia, enxergarias o infinito do coração humano e te distrairias de toda a maldade de suas mentes.
Tu buscarias no mar, a força e a constância para jamais desistir de viver e no vento, encontrarias a frescura de viver cada dia como algo novo.
Na montanha mais alta, encontrarias o repouso para o teu cansaço, longe de todos aqueles que maldizem e julgam teus sentimentos.
Filho do mar e da lua, qual destino, a ti, é reservado?
Não ser escravo de ninguém a não ser do teu próprio coração, que te mantém acorrentado a algo que ele próprio criou e deu o nome de amor.
Acreditando que a única solução é não desistir de lutar pelo teu reino, dizendo que não podes perder a fé.
E estampando em teu rosto, este triste sorriso que te persegue, como uma sombra, pela vida e te deixa sem luz, nem ar.
Descansa em paz, grande amigo, pois amanhã, um novo dia nascerá e te trará a ciência de maiores batalhas.
E ao despertares, verás que teu caminho ainda não existe e não poderás escolher nenhum daqueles que já estão prontos.
Hoje, eu sou a tua morte e ainda te quero bem.
Amanhã, serei teu futuro e te acolherei em meus braços.