"NOITE TACITURNA" Poema sobre o natal de: Flávio Cavalcante
Noite taciturna
Texto de Flávio Cavalcante.
Tudo em silêncio.
Calçada nua e crua, frio amargante.
Luz da lua refletida numa poça d’água
Prostrada sobre chão.
É uma noite friorenta.
Como são pobres coitados,
deitados sobre um grotesco degrau duro e áspero.
Famintos de bocas abertas tentando respirar fortemente
Aquela brisa frígida pra ludibriar a barriga, que dói ardorosamente;
É a dor da fome que cada vez aperta mais.
Uma moeda saltada do bolso de um piedoso encanecido
Que passa ao lado e sente uma forte sensação de clemência.
Talvez por si olhar através do espelho da vida e se colocar na mesma situação.
Do seu bolso, puxa uma bucólica moeda,
Entregando-a a uma casta criança, que ao olhar para aquele miúdo,
Faz uma expressão de partir o coração... Felicidade momentânea.
Aquela anódina moeda,
Deixara aquela pequenina criança tão radiante.
A felicidade reluzente no rosto daquela inocente,
Era como se tivesse ganhado o seu primeiro presente de natal
Do tão esperado papai Noel.
Ao correr pela calçada entra numa panificação
E compra com aquela moeda, alguns pães...
E volta correndo para alimentar sua família faminta prostrada na calçada,
Que desde o começo do dia não comera absolutamente nada.
Todos estão felizes, não só pelo pão recebido do velhinho,
Mas por todos estarem ali,
Juntinhos, unidos uns aos outros, por serem todos uma família,
Odiados pela necessidade, mas, amados por Jesus Cristo.
“Feliz Natal para todos!!!”