O duplo.
As duas vidas que eu tenho
Já dizem bem onde estou
E diz também de onde venho...
E sendo dois, quem eu sou?
À parte o que cabe ao engenho,
Que minha arte de ser resultou
Nas duas partes que empenho
Que lutam, se juntam e sou...
A angústia da face dos gêmeos
Que esta ambiguidade comprova
Prova acaso quem sou e nada prova.
Serei a redundância dos genes?
Se ainda não sei quem eu sou,
Que me importa, serei o que tenho!