Confeitaria.

Dia frio e quente,

Uma hora de frio,

Duas horas de calor

Um dia louco;

Abro a janela,

O sol diz:

Boa Tarde

Já é tarde;

Mas não muito tarde...

Mas é tarde

Esquento a água,

Vou tomar meu chá de erva cidreira,

Comendo um pão francês

Com manteiga

A confeitaria,

Do outro lado da rua,

Está fazendo ótimos bolos de chocolate

Mas este poema,

Não é um plágio,não;

Não é uma tabacaria...

Mas uma confeitaria,

Que esta do outro lado da rua

Mas do outro lado

Da minha rua,

Não tem confeitaria

Mas minha imaginação,

Construiu uma confeitaria,

Do outro lado da rua

Eu entrei na confeitaria;

Comi um bolo de chocolate,

Tomei um chá de erva cidreira;

Vi uma moça tomando café

Agora um homem saiu da confeitaria;

Pagou a conta ,

Com uma poesia

E não era dia da pendura,

Ele não cantou uma música ridícula

Não era um dia louco...

Não estava frio,

Não estava quente;

Era uma manhã

De outono

Vejo tudo isso,

Enquanto como

Meu bolo com chá

Abro o caderno preto ,

Escrevo uma poesia...

Com um sabor diferente

Esta não é uma poesia triste...

Não foi escrito com tinta vermelha,

Foi escrito com tinta preta;

E não estou de luto

O céu está azul,

O vento gostou do que escrevi,

O tempo e até a rosa estão azuis

Agora um outro homem ,

Está saindo da confeitaria,

Enquanto outro está entrando,

e pede um café

E meu poema está acabando...

E meu bolo está acabando...

E meu chá também,

Está acabando

Do mesmo jeito que

A minha imaginação...

Está acabando

Tomo a última gota

Do meu chá

E agora

Estou de volta;

Em minha casa;

No meu quarto;

Na minha cama;

Vendo tv;

Mas a confeitaria ,

Continua do outro lado,

Da rua

Que não é a minha rua,

Mas é uma rua,

Que do outro lado,

Tem uma casa,

Onde mora um poeta

Que todo dia,

Olha para o outro lado da rua

Ela não está lá...

Mas está lá;

A confeitaria imaginária,

Está do outro lado da rua,

Minha imaginação ,

Pode me levar ,

A qualquer confeitaria,

De qualquer rua;

Em qualquer cidade;

Em qualquer hora;

Mas minha preferida ,

É a que está ,

Do outro lado da rua

Olhei para a rua,

Vejo um homem,

Entrando na confeitaria

Acho que conheço...

Não sei...

Talvez já tenha lido

Algo sobre ele

Talvez ele seja igual a outro poeta,

Que conheço ou conheci,

Em uma outra vida

Talvez escreva um poema,

Com este título

Uma outra vida...

Um tema legal...

Olho para a rua ;

O homem saiu da confeitaria,

Agora lembrei,

Quem era ele:

É o meu amigo Pessoa

Que também escrevia ,

Alguns versos

E a confeitaria,

Vai sempre

Continuar ...do outro lado da rua

fred albano
Enviado por fred albano em 21/04/2009
Código do texto: T1550961
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