VERSOS DO AMOR DISTANTE
Quando pude, meu amor, eu não quis
Quando quis, meu amor, eu não pude
Qual descompasso nos fará feliz
a posse, o beijo, a urgência, a atitude?
É possível que posse não seja passível
porque há mentira no domínio amoroso
será a mentira, todo: monstro invisível!?
o inferno seria um descanso gracioso
Beijei a lâmina que me guiaria a mim
Na dor do corte, enxerguei meu retrato
Começo da consciência; da vida, o fim...
o beijo foi o ponto que exclamou o fato
Urge ter-te ao colo, como pingente!
mas o compasso de espera me tortura
Distorcido, o tempo: intervalo que dura!
saudade simula ou o tempo é que mente?
Não dá. Faça diferente, mude!
Importa pouco a latitude e longitude
A ação rumo a utopia: eis a beatitude!
fazer agora o que antes não pude
sobreviver ao amor e à distância
viver além da geografia e da ânsia
superar minha casca e romper-me feliz
(Dueto com MAGNA CARVALHO)