CARVÃO E CONCRETO
um dia o vento de outono me trouxe novos ares
e fiquei sabendo disso tempos depois
quem são então meus distantes pares,
aos quais meu espírito nunca se dispôs?
meus fantasmas me encontram nas esquinas
e os vejo nas pipas, sob nuvens pesadas
suaves sombras, soltas sem rimas
descarriladas, evolam nas estradas...
e nos caminhos que compõem minha sina
Há carvão, e não traço minhas curvas
meu concreto é aerado, errante
Tinjo, logo toda senda fica turva
como posso seguir adiante?
Tenho botas sujas e ânsia constante
(dueto com Magna Carvalho)