Verde-esquecimento
O que tenho nas mãos é pura banalidade.
Essas roupa, esses objetos,
Não são meus.
Nem é meu aquilo por que tenho
meu maior afeto.
Nem é meu, o meu corpo.
Sou um hóspede nesse mundo.
Em trânsito.
Indisponível.
Tudo que ontem era cor viva,
Amanhã será verde-esquecimento.
E como pó, que se vai ao vento,
Desaparece no infinito.
O que é o afeto?
O que é o laço que nos prende?
O que é esta angústia de viver,
De amar para depois saber,
Que tudo isso vai passar?