Se me cobrarem um dia
Se me cobrarem um dia
Por conta de alforria
O que fiz da família
Que me foi confiada?
Um coração de alegria
Muito cheio irradia
Na tarefa cobrada
Primeiro eu a quis
Querendo-a, desejei
Desejando-a esperei
Esperando fui feliz
Sem saber se vinha
Eu a imaginei
Ainda era menina
E com ela brinquei
Eram pedras e sabugos
No mundo que encantei
Num carinho profundo
Eu sempre a amei
Veio o tempo que é mudo
Acordar minha voz
Hoje o pouco que é tudo
São vocês para nós
Os nós feitos nos laços
De afeto genuíno
Antes mesmo do abraço
Quando eram pequeninos
Hoje ocupam espaços
No interesse e atenções
Porque são as riquezas
De nosso corações!
Marilú Santana