COROA DE PAPEL
Escrever os sonhos num pedaço de papel.
Idealizar amores proibidos, impossíveis
E possíveis à um menestrel.
O poeta, encantador de serpentes
Em seus paraísos.
Cavalo e feliz escravo de suas musas,
De quem cultua os sorrisos.
Perdido entre as estrelas
Em sua peregrinação pelos sete céus.
Filho da sereia e seus sete mares;
Amante da odalisca em seus sete véus.
Zombador dos reis e suas fortunas dispensáveis.
E que usando uma coroa de papel se torna
Midas, transformando em poesia as coisas
Desagradáveis.
O bobo da corte e o harlequim do carnaval.
O profeta, um anarquista, um semi-deus,
Exu e o berimbau.
O bailarino louco contra aqueles tanques
Da praça da paz.
Os lírios do campo, as pazes do cravo
Com a rosa; a centelha de Hiroshima,
Pompéia e outros infernos astrais.
Não quer mudar o mundo, não se chama
Raimundo, não é a solução!
Mas escreve a utopia sobre as rasuras
Do dia a dia, até morrer de paixão.
MEU BLOG POÉTICO:
http://reinodalira.wordpress.com