Quando eu morrer!...

Depois de sentir todas as desventuras...

Enterrem-me somente com partituras —

Só quando eu morrer!...

Se puderem colocar o meu violão...

Farei umas melodias com devoção —

Bem no entardecer.

Farei uma canção, dentro do sepulcro,

Para que todos cantem sem simulacro...

Na clave de Dó.

Quando vós ouvirdes — meu samba canção...

Lembrareis que minh’alma era o meu violão,

No meu cafundó.

E se fordes chorar... Enxugueis as lágrimas

Sentidas — na resignação das almas —

P’ra se lamentar!

Não quero espiar — nenhum toco de vela...

Nem mesmo quero descer co’a manivela —

Réquiem vou cantar!

Lá, vou encontrar — somente os virtuosos...

Para ‘screver os sons — mais melodiosos —

Os mais deslumbrantes...

Tenho tanta adoração....... — serei feliz

Ao lado do grande Mestre — o meu Juiz!...

Oh!... O mais Brilhante!

Com muito sentimento — à minha canção...

Viverei a mais singela inspiração —

Ao compor à flor!...

Minhas notas soarão na liberdade...

Ness’encantamento co’afabilidade...

E..., ao beija-flor!

Novembro de 2008.

Pacco
Enviado por Pacco em 17/04/2009
Reeditado em 06/10/2011
Código do texto: T1545074
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