Quando eu morrer!...
Depois de sentir todas as desventuras...
Enterrem-me somente com partituras —
Só quando eu morrer!...
Se puderem colocar o meu violão...
Farei umas melodias com devoção —
Bem no entardecer.
Farei uma canção, dentro do sepulcro,
Para que todos cantem sem simulacro...
Na clave de Dó.
Quando vós ouvirdes — meu samba canção...
Lembrareis que minh’alma era o meu violão,
No meu cafundó.
E se fordes chorar... Enxugueis as lágrimas
Sentidas — na resignação das almas —
P’ra se lamentar!
Não quero espiar — nenhum toco de vela...
Nem mesmo quero descer co’a manivela —
Réquiem vou cantar!
Lá, vou encontrar — somente os virtuosos...
Para ‘screver os sons — mais melodiosos —
Os mais deslumbrantes...
Tenho tanta adoração....... — serei feliz
Ao lado do grande Mestre — o meu Juiz!...
Oh!... O mais Brilhante!
Com muito sentimento — à minha canção...
Viverei a mais singela inspiração —
Ao compor à flor!...
Minhas notas soarão na liberdade...
Ness’encantamento co’afabilidade...
E..., ao beija-flor!
Novembro de 2008.