Da renúncia.
Quando vivias enluarada de amor,
Ele cedia aos desatinos do ego.
Quando buscavas o brilho e a cor,
Ele apagava e se mostrava cego...
Quando vivias fascínio e sonho,
Ele servia ao fervor do delírio.
Quando amavas e corrias o risco,
Ele arriscava e acendia pavios...
Então quando as mãos apartaram,
Ele sofreu e te cobriu de infâmias,
Foi vil, chorou, cometeu vergonhas...
E tu ainda, sentida, ferida da paixão
Chorava e crescia, doía engrandecida
Da dor vazia que se sacia no perdão .